Olá!
Primeiro, gostaríamos de contar que vamos à Conferência das Partes (COP) 25, da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, em Madri, na Espanha. O encontro vai começar dia 2 de dezembro e estaremos por lá até o dia 7 cobrindo, principalmente, as discussões sobre transportes e mudanças climáticas. Acompanhe no nosso site e nas redes sociais: LinkedIn, Facebook, Instagram e Twitter! #IEMANACOP
Enquanto isso, na terça-feira (26), Pedro Bara, pesquisador do IEMA, apresentou em audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados um estudo inédito desenvolvido pela equipe de energia elétrica do IEMA sobre onde estão e quantos são os excluídos elétricos da Amazônia Legal. O número surpreende: 20% do território brasileiro está sem energia elétrica fornecida por concessionárias. No total, um milhão de brasileiros que vivem na região amazônica estão no escuro.
O encontro de três horas debateu os caminhos para acabar com a exclusão elétrica, principalmente, na região Norte do país. Também participaram representantes do WWF-Brasil, Usinazul, Desenvolvimento de Políticas Sociais do Ministério de Minas e Energia, Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE), Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) no Estado do Pará. Veja aqui o vídeo. Aliás, Pará é o estado com mais pessoas vivendo sem energia elétrica na Amazônia Legal.
Os palestrantes esclareceram que a energia elétrica fornecida deve ir além do consumo doméstico, precisa permitir a geração de renda por meio da produção local. Como, geralmente, as comunidades excluídas são de difícil acesso, elas também poderiam ter capacitação para as próprias fazerem os necessários reparos na geração de energia local. Como é o caso da geração solar que exige manutenção. “Também podem existir pessoas ou comunidades que não querem ter acesso à energia elétrica e sua vontade deve ser respeitada”, ressaltou Bara.
O estudo desenvolvido pelo IEMA e o debate fazem parte da continuidade de ações para a universalização do acesso de qualidade a energia elétrica no Brasil, decorrente da Feira-Simpósio Energia & Comunidades – soluções energéticas para comunidades da Amazônia, que aconteceu em março deste ano. Em breve, publicaremos toda a metodologia desenvolvida para chegar ao número dos excluídos elétricos e o resultado do estudo em nosso site.
Mobilidade urbana
Fizemos um treinamento para 58 pessoas na SPTrans, incluindo representantes de todas as operadoras de ônibus da cidade de São Paulo, sobre a PlanFrota, no início de novembro. Trata-se de uma ferramenta desenvolvida pelo IEMA, empregada pela SPTrans, para verificar os planos de renovação de frota de ônibus que as empresas devem submeter, a fim de cumprir a Lei Municipal 16.802 de 2018, que prevê a redução gradual de emissões de poluentes e dióxido de carbono em 20 anos.
Todas as operadoras receberam gratuitamente a ferramenta. Por meio dela, poderão fazer simulações automáticas de como será a redução de dióxido de carbono (CO2) e de poluentes. Em janeiro de 2020, elas devem entregar para a SPTrans o cronograma de troca de frota estimado para todo o período da concessão. Por ser pioneira, essa experiência em andamento na capital paulista oferece espaço para aprendizados. Principalmente, com relação ao direito ao transporte e ao direto de ir e vir.
“Quando a gente fala de transição energética e de transporte limpo, não é possível separar emissões de gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos no transporte da acessibilidade justa e segura das pessoas às oportunidades que as cidades oferecem”, afirmou André Ferreira durante palestra em audiência pública para debater a energia limpa para o transporte público por ônibus na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, inciativa do INESC.
É necessário debater e encaminhar com a devida antecedência os possíveis efeitos da necessária transição energética nos custos do transporte público, os quais podem pressionar a tarifa ou o montante subsidiado, portanto, o orçamento público. É preciso considerar fontes alternativas de financiamento do transporte público e, mesmo, buscar novos atores e modelos de contratação e operação que não impliquem custos adicionais para os usuários.
Qualidade do ar
Saúde e cidades. André Luis Ferreira, diretor-presidente do IEMA, participou da 1ª Oficina para Desenvolvimento da Agenda Convergente Mobilidade Sustentável e Saúde, promovida pela Organização Pan–Americana da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil. O objetivo foi fortalecer lideranças das cidades com no sentido de promover uma abordagem mais integrada e sinérgica das inciativas relacionadas à mobilidade urbana (segurança viária, tempo e modo de deslocamento), à qualidade do ar e à promoção de atividade física. Além de especialistas da OPAS e gestores municipais, a Oficina contou com a participação de representantes do Ministério da Saúde, Ministério do Desenvolvimento Regional, Fiocruz, pesquisadores de universidades e organizações não governamentais.
David Tsai, pesquisador do IEMA, fala sobre a importância do descarte correto das baterias usadas em veículos elétricos em matéria sobre ônibus elétrico no Jornal da Cultura. Além disso, ressalta que para limpar o ar de São Paulo o motorista de automóvel deve migrar para transporte público ou ativo como caminhada.
A Rede Nossa São Paulo lançou a nova versão do Mapa da Desigualdade da cidade. Os dados de dez áreas e 53 indicadores mostram a realidade dos distritos da capital evidenciando a diferença entre a melhor e a pior região para cada um dos indicadores. O IEMA colaborou com informações sobre as emissões de poluentes nas diferentes localidades da cidade.
A MobiliDADOS, plataforma do ITDP que apresenta indicadores e dados abertos com o objetivo de contribuir para o aprimoramento de políticas de mobilidade urbana sustentável, ganhou nova versão. Além de indicadores para as 27 capitais e nove regiões metropolitanas, oferece biblioteca e interatividade no uso dos mapas. Colaboramos com dados de emissões de poluentes atmosféricos.
A saber
Brasil tem emissões de carbono estáveis em 2018, segundo Sistema de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG). O desmatamento da Amazônia foi importante, mas o setor de energia puxou queda. Teve aumento do emprego de biocombustíveis, salto de 13% no uso de etanol, aumento das renováveis na matriz energética. Com destaque para a eólica.
Planejamento estratégico novo? Temos. O IEMA revisitou seus objetivos e, após meses de estudos, elaborou as linhas de ação para os anos de 2020 até 2023. Ficaram estabelecidos quatro objetivos principais: ar limpo, mobilidade urbana de baixas emissões, transporte de cargas sustentável e matriz elétrica limpa e inclusiva.
Recomendamos
Para acompanhar. O Senado fez audiência pública para apreciar o Projeto de Lei número 454, de 2017, relacionado da proibição de venda de veículos movidos a combustíveis fósseis a partir de 2060. Segue favorável à eletromobilidade e ao uso de biocombustíveis. Participaram representantes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Associação Brasileira de Veículos Elétricos (Abve) e Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entre outros.
Texto publicado no site da Agência Internacional de Energia (AIE, International Energy Agency) evidencia uma importante informação: embora as pessoas estejam comprando menos carro no geral, a venda de SUVs aumentou mundialmente. Existem mais de 200 milhões de SUVs em todo o mundo, um aumento de 60% da frota desde 2010. É um fenômeno que caminha na contramão da eficiência energética na mobilidade urbana.
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