Olá! Gostaríamos de compartilhar atuações do IEMA na cidade de São Paulo: novo sistema de monitoramento dos ônibus da cidade e os primeiros planos de descarbonização dos ônibus. Acompanhe!
Mobilidade urbana em São Paulo: Monitor de Ônibus SP
Colocamos no ar, em setembro, o Monitor de Ônibus SP, uma plataforma online onde qualquer cidadão pode acompanhar indicadores diariamente atualizados sobre a operação dos coletivos paulistanos, com destaque para a frota em circulação, sua tecnologia ambiental, a oferta de lugares, a velocidade de tráfego e as emissões atmosféricas. O Monitor acessa os dados de geolocalização (GPS) de cada um dos mais de 14 mil ônibus da cidade, gerados a todo momento, e os traduz em indicadores de fácil apreensão.
Em uma primeira leitura sobre os dados que se colocaram disponíveis, observamos o duro impacto ocasionado pela pandemia de Covid-19. A queda de passageiros nos ônibus (desejável no momento de vital distanciamento social) exacerbou uma fragilidade há tempos não equacionada no país: o custeio do transporte público depende demasiadamente da tarifa paga pelo passageiro. Num momento inaceitável para se ter aglomerações nos ônibus, houve redução da frota circulante sob alegação de não haver receita que pudesse custear a operação. A remuneração da operação do sistema de ônibus a partir do pagamento de tarifas gera uma contradição em que a realidade da lotação dos ônibus, em que os passageiros não podem usufruir seu direito ao transporte de forma digna, é elemento maximizador de receitas do operador. Em São Paulo, destoando da maioria das cidades brasileiras, à receita tarifária soma-se parte do orçamento público para subsidiar o transporte coletivo. Isso possibilitou que a oferta de coletivos a níveis mais próximos dos normais pudesse ser retomada num segundo momento.
Mas com as pessoas evitando se deslocar, a pandemia proporcionou um experimento impensável sobre a mobilidade urbana. E as lentes do Monitor estiveram lá também para capturar algumas luzes. Automóveis particulares deixaram de ocupar o disputado espaço público viário. O transporte público pôde, assim, rodar com mais fluidez, até 40% mais veloz. Foi como se todas as vias por onde circulam os ônibus tivessem se tornado faixas exclusivas para eles. Um menor número de passageiros de ônibus também contribuiu para vislumbrar uma situação idealizada: com menos filas durante o embarque e desembarque de ônibus (outra desvantagem das catracas é linearizar a circulação dos passageiros, diferentemente da agilidade de embarque e desembarque nos metrôs), os ônibus ficam menos tempo parados nos pontos. Passageiros e trabalhadores do setor puderam sentir as vantagens de uma operação de ônibus com menor impedância de circulação nas vias, maior regularização de intervalos de passagem entre ônibus e maior conforto dentro dos veículos. Baita inspiração para um “novo normal”.
E não para por aí. Circulando de maneira mais fluida, os motores dos ônibus foram menos exigidos e chegaram a emitir 15% menos poluentes e gases de efeito estufa por quilômetro rodado. Um resultado equivalente seria obtido com a adoção de quase dois mil ônibus elétricos na cidade, que hoje não dispõe de pouco mais de trezentas unidades desse tipo de veículo na frota.
Para saber mais explore o Monitor e leia o artigo que publicamos no Le Monde Diplomatique.
Ônibus não poluentes em São Paulo: os primeiros planos de frota para a descarbonização
No fim de outubro, aconteceu a 1ª Reunião Extraordinária do Comitê Gestor do Programa de Acompanhamento da Substituição de Frota por Alternativas Mais Limpas (Comfrota-SP). O comitê foi criado para acompanhar o cumprimento do artigo 50 da Política Municipal de Mudança do Clima de São Paulo, que prevê a eliminação, gradualmente até 2038, quase total das emissões de poluentes atmosféricos – material particulado (MP) e óxidos de nitrogênio (NOx) – e total das emissões diretas do gás de efeito estufa dióxido de carbono (CO2) pelos ônibus da cidade.
Na reunião, a São Paulo Transportes (SPTrans) apresentou os dados totalizados dos planos de renovação das frotas de ônibus municipais, entregues pelas empresas responsáveis por cada lote de concessão, com vistas ao atendimento das metas de redução de emissões. Os números mostram a previsão de uma veloz transição para a tecnologia de propulsão elétrica por parte das empresas operadoras de ônibus, visando atender às desafiadoras metas. De uma frota total requerida no edital de contratação do serviço de ônibus de 14.032 ônibus, os planos indicam a adoção de 12.882 ônibus elétricos já entre 2033 e 2034. Ou seja, quase 92% da frota com emissão zero de poluentes.
Os planos de frota foram elaborados pelas empresas operadoras por meio de uma ferramenta de apoio ao cálculo de emissões desenvolvida pelo IEMA em parceria com a SPTrans, a PlanFrota. No final de 2019, o IEMA treinou técnicos da SPTrans, funcionários das empresas operadoras de ônibus e parceiros da SPTrans para o uso da ferramenta.
Saiba mais e use a PlanFrota para seus próprios estudos.
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