Entre os dias 17 e 19 de outubro, o Instituto de Energia e Meio Ambiente esteve presente na IEEFA Energy Finance Conference 2022 (Conferência de Finanças de Energia) promovida pelo Institute for Energy Economics and Financial Analysis (Instituto de Economia da Energia e Análise Financeira) que aconteceu em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Além de acompanhar os debates referentes às mais recentes informações sobre transição energética global, Ricardo Baitelo, gerente de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), palestrou sobre a transição energética no Brasil, sobre o papel das energias renováveis e sobre o atual investimento em termelétricas a gás em um cenário de mudanças climáticas.
A conversa aconteceu na mesa “Exploração e desenvolvimento de gás na América Latina: um olhar mais atento aos prós e contras” que teve a participação de Andres Bayona Insignares (CEO at Promotora Energética E³), María Marta Di Paola (cofundadora da Sociedad y Naturaleza) e Ana Maria Jaller-Makarewicz (analista de energia da IEEFA na Europa). Os debatedores trouxeram os diferentes contextos e desafios da transição energética na América Latina com falas sobre Argentina, Brasil e México.
Nos casos da Argentina e México, foi colocado que o predomínio de combustíveis fósseis na matriz elétrica e o potencial de óleo e de gás dos países dificultam a transição energética, especialmente no caso do primeiro, no qual a situação econômica e o cenário de endividamento externo exercem pressão sobre o aumento da exploração do petróleo, principalmente em Vaca Muerta.
Já no caso do Brasil foram apresentados os adequados exemplos do desenvolvimento das fontes solar e eólica na última década, incluindo a perspectiva que podem atingir nos próximos anos com o desenvolvimento da geração distribuída e da contratação de energia no mercado livre. Um contraponto levantado foi a evolução da operação e da contratação das termelétricas a gás em 2021.
Como exemplos, foram citadas a determinação da contratação de novas termelétricas atreladas à privatização da Eletrobras (Lei nº 14.182/2021), o leilão de energia para a contratação emergencial de termelétricas e a explosão no uso de gás natural liquefeito (GNL) importado em reação ao risco de racionamento de energia. A conclusão do painel é que a América Latina como um todo carece de investimentos e de vontade política para implementar a descarbonização da sua matriz elétrica, apesar de bons exemplos localizados, como o caso do Brasil.