Transição energética e corte de metano: os desafios para superar a era dos combustíveis fósseis são abordados pelo IEMA no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro 

No evento “Freio de Emergência Climática”, o Instituto também reforçou a importância de fortalecer o monitoramento da qualidade do ar no Brasil

O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) participou do seminário “Freio de Emergência Climática”, realizado por Global Methane Hub e Uma Gota no Oceano, em parceria com a Editora Globo e o Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ). O encontro reuniu especialistas, lideranças políticas, representantes do setor privado e da sociedade civil nacionais e internacionais para discutir soluções concretas que acelerem a redução das emissões de gases de vida curta, como o metano (CH₄), que pode ser até 28 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO₂).

O evento contou com quatro painéis temáticos, sendo 3 relacionados aos principais setores emissores de metano: energia, resíduos e agropecuária.

O Painel 2, “Produção de energia, regras claras: caminhos para uma transição justa”, teve mediação do jornalista André Trigueiro e reuniu David Tsai, gerente de projetos do IEMA e coordenador do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), Florencia Carreras, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), e Maas Goote, da Initiative for Governance of Sustainable Development, vinculada à União Europeia. 

Durante sua fala, David Tsai destacou a urgência de uma transição energética que reduza a dependência de combustíveis fósseis e defendeu a eliminação gradual dessas fontes, alertando para os impactos sociais e ambientais da indústria do petróleo e do gás nas comunidades do entorno das instalações.

“Além do desequilíbrio climático global, há impactos locais que afetam diretamente as comunidades do entorno das instalações, como o uso intensivo da água e a degradação da qualidade do ar. Os processos de combustão liberam substâncias tóxicas e cancerígenas associadas a problemas cardiorrespiratórios. A transição energética pode trazer também esse benefício local, com a eliminação gradual dessas fontes poluentes”, afirmou Tsai.

Ele chamou atenção, também, para a falta de estrutura de monitoramento da qualidade do ar no Brasil, o que limita o diagnóstico e a resposta aos impactos ambientais.

“No Brasil, há uma grande lacuna na gestão da qualidade do ar. Diversas populações afetadas relatam problemas que podem ser correlacionados com estatísticas de internação e mortalidade, mas é difícil realizar uma investigação rigorosa porque a rede de monitoramento é insuficiente. Ainda não temos uma cobertura ampla e robusta que permita conhecer de forma confiável o ar que respiramos”, explicou.

Ao encerrar sua participação, Tsai reforçou que o Brasil precisa alinhar sua transição energética com metas de descarbonização do setor de transportes, principal emissor de gases de efeito estufa dentro da matriz energética nacional. Ele observou que melhorar o transporte público e investir em novas tecnologias limpas pode impulsionar esse processo e citou os biocombustíveis como uma das alternativas possíveis para uma transição justa e sustentável.

O encontro evidencia uma nova etapa de atuação diante da crise climática, que deve levar em conta também a redução acelerada de poluentes de vida curta, especialmente o metano, como estratégia complementar e urgente à descarbonização. Ele teve apoio da presidência da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), que será realizada em Belém (PA).

Fotos: Divulgação/ Uma Gota no Oceano

Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA)
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