Na apresentação realizada no side event (evento oficial da ONU) na COP29, encontro mundial sobre mudanças climáticas, intitulado “Alavancando as NDCs para a Transição Gradual dos Combustíveis Fósseis e Proteção da Biodiversidade” (“Leveraging NDCs to transition away from fossil fuels and protect biodiversity”), quinta-feira dia 14, foi debatida a complexa posição do Brasil em relação à exploração de petróleo e gás, especialmente na região da Foz do Amazonas. O painelista Ricardo Baitelo, do IEMA, destacou que as pretensões do país em expandir a exploração de gás e de petróleo podem prejudicar a redução de emissões de gases de efeito estufa do setor de energia.
Atualmente, o Brasil obteve avanços importantes na redução das emissões provenientes do desmatamento. Essa trajetória coloca o país em uma posição contraditória: por um lado, ele se compromete com metas de redução de emissões e de proteção ambiental; por outro, avança na exploração de recursos fósseis, o que contribui para as mudanças climáticas e cria obstáculos para o cumprimento dos compromissos assumidos nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).
Durante a apresentação, destacou-se que a NDC realizada pela sociedade civil brasileira, coordenada pelo Observatório do Clima, traz sugestões de como reduzir as emissões do setor de energia. As recomendações podem ter um impacto positivo de mais de 30% nas emissões desse setor até 2035 no Brasil.
Estiveram presentes no debate representantes das organizações: Ground Initiative (LINGO), Say No to LNG e Public Advocacy Initiatives for Rights and Values in India (PAIRVI).