No painel “Sinergias Renováveis: Integrando Água, Energia e Alimentos para o Desenvolvimento Sustentável no Brasil”, promovido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) no pavilhão do Consórcio da Amazônia, na COP29, Conferência do Clima de Baku, Azerbaijão, o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) participou levando informações sobre o setor energético do país. Embora tenha uma matriz elétrica relativamente renovável, há uma preocupação em como fazer a transição energética em geral dos combustíveis fósseis para uma matriz energética livre dos gases causadores das mudanças climáticas. O encontro aconteceu na quarta-feira (21).
Durante a apresentação, Felipe Barcellos, pesquisador do IEMA, ressaltou:
“Em um contexto de mudanças climáticas, as hidrelétricas estão enfrentando um momento de estagnação, enquanto as fontes eólica e solar têm desempenhado um papel fundamental na transição energética. Mesmo o Brasil contando com uma matriz energética mais renovável que muitos outros países, atualmente, o grande desafio é transicionar o petróleo. Temos uma grande quantidade de bioenergia, como o bagaço de cana, e somos líderes no uso de etanol que representa 17% do consumo de combustíveis nos transportes do país – algo que poucas nações conseguem replicar. Também utilizamos biodiesel à base de soja, embora haja preocupações neste caso em relação ao uso da terra.
No Observatório do Clima (OC), construímos nossa proposta de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) e analisamos como o Brasil pode reduzir emissões, projetando uma curva de redução de combustíveis fósseis e aumento do uso de biocombustíveis. Seria estratégico criar um mapeamento para direcionar o uso eficiente desses biocombustíveis, potencializando sua aplicação em diferentes regiões e setores, sem promover desmatamento ou conflitos pela terra.”