Com o aumento previsto das emissões de carbono nas próximas décadas em países do Sul Global, cresce a pressão por estratégias eficazes de mitigação climática. Se por um lado, muitos projetos sustentáveis seguem travados na fase piloto, por outro, há casos bem sucedidos. Esse foi o ponto central do workshop internacional “Institucionalizando Inovações Energéticas Rumo a Transformações de Baixo Carbono – Lições do Sul Global”, realizado quarta-feira, dia 25, pelo Instituto Alemão de Desenvolvimento e Sustentabilidade (German Institute of Development and Sustainability). O encontro on-line aconteceu no âmbito da Conferência do Clima de Bonn, na Alemanha, que antecede a Conferência das Partes (COP) das Nações Unidas.
Representando o Brasil, Ricardo Baitelo, gerente de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), participou do painel “Institucionalizando Inovações Energéticas no Sul Global”. Ele destacou o processo de desenvolvimento recente das cadeias de energias renováveis eólica e solar, e a importância de consolidação de planejamento e governança do setor no contexto brasileiro, onde as políticas públicas apresentam um histórico de instabilidade e fragmentação.
“Nosso sistema elétrico se transformou nas últimas duas décadas, não apenas assimilando um grande volume de projetos renováveis eólicos e solares, como criando um arcabouço para o desenvolvimento de diferentes modelos de negócios para o desenvolvimento de projetos de diferentes portes, atendendo a comunidades isoladas e grandes consumidores. O próximo capítulo deste desafio é tornar o sistema mais eficiente e seguro, evitando os cortes de energias renováveis e manter a expansão desses projetos de forma justa e sustentável para o meio ambiente e para as comunidades próximas”, ressalta Baitelo.
Além do Brasil, o workshop teve casos de estudo da Indonésia, de Bangladesh, da Índia e da África do Sul. Como diagnóstico comum, foi apontada a necessidade de maior integração entre o poder federal e os estados na execução de políticas e projetos e o aprimoramento da participação social na tomada de decisão. A troca dessas experiências é essencial para superar barreiras comuns e acelerar a transformação dos sistemas energéticos em direção a modelos mais justos e sustentáveis.