Qual a diferença entre gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos

Entenda rapidamente as divergências entre ambos

Embora muitas vezes as fontes emissoras sejam as mesmas, gases de efeito estufa (GEE) são diferentes de poluentes atmosféricos. Os gases de efeito estufa são os causadores do aquecimento global. Já os gases (e materiais particulados) poluentes são tóxicos e, portanto, diretamente responsáveis por danos à saúde humana e ambiental.

Os GEE contribuem para a manutenção da Terra em temperaturas habitáveis, pois possibilitam que se mantenha no planeta parcela importante da energia proveniente dos raios solares que aqui incidem. Mas, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC), as atividades humanas estão emitindo GEE em demasia, desequilibrando essa quantidade de energia mantida no planeta, o que causa mudanças climáticas e seus eventos extremos como chuvas em excesso.

Os principais GEE emitidos por atividades humanas são: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), mas também existem outros como os hidrofluorcarbonetos (HFCs) e o hexafluoreto de enxofre (SF6). O dióxido de carbono (CO2) é emitido, por exemplo, pela queima de combustíveis ou pelo desmatamento. Já mais da metade das emissões brasileiras de metano (CH4) são decorrentes do arroto de bois e vacas, segundo dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG). 

Vale lembrar que uma tonelada de metano possui potencial de aquecimento do planeta 28 vezes maior do que uma tonelada de dióxido de carbono. Já uma tonelada de óxido nitroso (N2O) é 265 mais “aquecedora” que a mesma quantidade de CO2. Por isso, usa-se o termo dióxido de carbono equivalente (CO2e) para quantificar em uma medida única as emissões de diferentes gases de efeito estufa. 

Já os gases e partículas poluentes são aqueles que, ao serem respirados, causam mal diretamente para nossa saúde, além de outros problemas ambientais. Atualmente, sete poluentes atmosféricos são regulados no Brasil: partículas totais em suspensão (PTS), partículas inaláveis (MP10), fumaça, dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2), monóxido de carbono (CO) e ozônio (O3). Alguns desses poluentes também podem ter efeitos climáticos, sendo considerados gases de efeito estufa indiretos, como o CO, o NO2 e o O3.

Nas grandes cidades brasileiras, a maior parte desses poluentes é emitida devido ao uso de combustíveis pelos transportes. Cidades onde há predomínio do transporte individual motorizado, por exemplo, costumam emitir mais poluentes atmosféricos do que cidades equivalentes que priorizam a mobilidade coletiva. Isso porque, por passageiro transportado, um ônibus emite menos do que um automóvel. Os poluentes também podem ser emitidos pelas queimadas, como as que têm ocorrido na Amazônia, ou pelas indústrias e usinas termelétricas.

Por fim, vale ressaltar que os poluentes permanecem menos tempo na atmosfera do que os gases de efeito estufa, uma vez que podem ser dissipados após chuvas ou reagindo quimicamente na atmosfera.