Este é o primeiro boletim de 2021 com muitas novidades. Neste ano, bimestralmente, o IEMA divulgará no site, nas redes sociais, para a imprensa e aos tomadores de decisão o especial Boletim Monitor de Ônibus SP. Ele é produzido para acompanhar a evolução das emissões e de indicadores de operação como velocidade e frota do transporte por ônibus no município de São Paulo.
Com essas análises retiradas da ferramenta de mesmo nome, o IEMA espera colaborar com debates e ações de aprimoramento do sistema paulistano de transporte por ônibus, almejando garantir uma mobilidade inclusiva e de baixas emissões. O Boletim Monitor de Ônibus SP também busca acompanhar a evolução do transporte público em direção ao cumprimento das metas estipuladas na Política de Mudança do Clima da capital paulista. Além disso, a iniciativa mostra a importância de dados abertos e que o transporte público pode ser monitorado pela sociedade, inspirando ações em outras cidades.
Na primeira edição do Boletim, os dados confirmam fatos que observamos nas ruas. Com menos movimento de carros no sistema viário devido à pandemia de Covid-19, os ônibus públicos puderam circular mais rapidamente, o que os deixou menos emissores de poluentes e de gases de efeito estufa. Em abril, será publicada a segunda edição.
Transporte regional de cargas sustentável
O governo federal anunciou que irá fazer a licitação de ferrovia cortando a floresta amazônica. Chamada Ferrogrão, está projetada para percorrer quase mil quilômetros entre Sinop (MT) e o porto de Miritituba, no rio Tapajós (PA). Será que essa obra é realmente imprescindível? Em entrevista ao podcast do GT Infraestrutura, André Luís Ferreira, do IEMA, fala sobre a necessidade de cenários alternativos de infraestrutura no Brasil.
Matriz elétrica limpa e inclusiva
Foi publicada a metodologia georreferenciada desenvolvida especialmente para acompanhar a evolução do número de pessoas sem acesso à energia elétrica na Amazônia Legal. Os dados ressaltam a desigualdade social brasileira: são 212.791 moradores de assentamentos rurais, 78.388 indígenas, 59.106 habitantes de unidades de conservação (UCs) e 2.555 quilombolas sem acesso à energia elétrica. A precisão de tais resultados pode ser aprimorada por pesquisas de campo, mas com os dados produzidos tem-se um primeiro panorama para a formulação de políticas públicas para dar pleno acesso ao serviço público de energia elétrica a todos os brasileiros.
Mobilidade urbana de baixas emissões
O Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LABMOB/UFRJ) lançou o livro “Bicicletas nas Cidades: Experiências de Compartilhamento, Diversidade e Tecnologia”. O trabalho discute a bicicleta como peça-chave de uma rede de mobilidade urbana em prol de cidades mais sustentáveis. David Tsai, Felipe Barcellos, Hellem Miranda e Marcelo Cremer, via Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), escreveram o capítulo “Bicicletas na dinâmica das cidades: Verdadeiras aliadas no combate à emissão de poluentes”. “Precisamos saber as fontes mais emissoras e o impacto das políticas públicas porque refletem no ar respirado pela população”, disse Hellem Miranda, durante webinar de lançamento.
O capítulo faz parte de uma seção do livro que aponta os principais impactos de sistemas de bicicletas compartilhadas na qualidade de vida das pessoas em cidades, contabilizando benefícios ambientais e na saúde decorrentes do uso desses serviços. Dessa maneira, os especialistas estimaram as emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2e) e de material particulado (MP) evitadas pela utilização do sistema Bike Sampa: uma redução de, ainda, apenas 0,04%. Existe potencial de redução de emissões consideravelmente maior caso haja inversão do cenário de pouco incentivo a esse modo de transporte.
Está no ar anova versão da E-Bus Radar, ferramenta desenvolvida pelo LABMOB/UFRJ, com colaboração do IEMA, para monitorar frotas de ônibus elétricos e suas respectivas emissões evitadas. A nova versão apresenta dados referentes a ônibus em operação em setembro de 2020 nas cidades latino-americanas. No Brasil inteiro, por exemplo, há apenas 349 ônibus públicos movidos a eletricidade em circulação.
Ar limpo
Foi lançada uma sistematização de estudos sobre a qualidade do ar no país: “O Estado da Qualidade do Ar no Brasil”. Elaborada por cientistas e especialistas sob coordenação do WRI Brasil, a publicação indica que a política nacional de controle da poluição do ar não é implementada, tem fragilidades jurídicas e não conta com um cronograma claro de redução dos poluentes. O estudo foi revisado, entre outros, por especialistas como André Ferreira e David Tsai, do IEMA.
A saber
Semana passada foi divulgado o primeiro SEEG Municípios, iniciativa do Observatório do Clima, com o cálculo das emissões de gases de efeito estufa de cada um dos 5.570 municípios brasileiros.O IEMA atuou com o levantamento e análise de dados dos setores de energia e de processos industriais.
Municípios mais populosos, como as capitais, têm no setor de Energia sua principal fonte de emissões, sobretudo devido ao consumo de combustíveis fósseis (diesel e gasolina) nos transportes. Assim, em energia, São Paulo lidera as emissões, seguida por Manaus e Rio de Janeiro.
Duas novas estagiárias começaram a trabalhar no IEMA em janeiro: Helen Sousa e Raissa Gomes.
IEMA na mídia
Veja algumas entrevistas concedidas.
TV Câmara de Campinas. Emissões de gases de efeito estufa aumentam 10% em 2019.
Ecoa/ UOL. Ônibus mais velozes em SP têm menos impacto no meio ambiente, mostra estudo.
Globo News. Cidades que mais emitem gás carbônico ficam na Amazônia, aponta levantamento.
G1.RO tem mais de 100 mil pessoas sem energia elétrica, aponta relatório.
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