Este ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu a “poluição do ar” como temática para o Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho. Vale lembrar que parte da população brasileira sequer tem meios para saber a qualidade do ar que respira. No Brasil, o monitoramento da qualidade do ar ocorre apenas no Distrito Federal e mais onze estados. A Plataforma da Qualidade do Ar, publicada pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), organiza e apresenta os dados disponibilizados pelos órgãos responsáveis pela gestão da qualidade do ar. A plataforma foi recém-atualizada com dados enviados pelos estados brasileiros ou obtidos de seus sites referentes ao ano de 2017.
No Brasil, das 27 unidades da federação, monitoram a qualidade do ar: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e Sergipe (estes dois últimos não disponibilizam os dados de monitoramento). A ferramenta online é a única no país a reunir dados de concentração de poluentes e a indicar as ultrapassagens dos padrões nacionais e das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o que pode auxiliar especialistas e gestores na avaliação dos efeitos da poluição do ar na saúde e da eficácia de políticas públicas que visem controlar esse problema. Ela é referência para a OMS desde 2016.
Segundo a ONU, 92% por cento das pessoas em todo o mundo não respiram ar limpo e a poluição do ar custa à economia global US$ 5 trilhões por ano em investimentos de bem-estar. E acredita-se que a poluição por ozônio ao nível do solo reduza os rendimentos das culturas básicas em 26% até 2030. De acordo com dados da Plataforma de Qualidade do Ar do IEMA, os únicos poluentes que não apresentam uma tendência geral de queda são o material particulado fino e, justamente, o ozônio.
Atualmente, sete poluentes são regulados no Brasil por seus reconhecidos danos à saúde: partículas totais em suspensão (PTS), partículas inaláveis (MP10), fumaça, dióxido de enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2), monóxido de carbono (CO) e ozônio (O3). Sendo que as partículas inaláveis finas (MP2,5) e o ozônio são os poluentes cujo o controle das concentrações é mais desafiador.
Saiba mais sobre os novos padrões de qualidade do ar do Brasil no artigo publicado na Folha de S.Paulo “O que falta para respirarmos melhor nas grandes cidades”, do André Ferreira, diretor-presidente do IEMA.