Oportunidades e desafios para ônibus não poluentes | planejamento da infraestrutura | micromobilidade compartilhada

25 de agosto de 2020

Olá,

O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) analisou os aspectos fundamentais para a introdução de ônibus não poluentes em 13 cidades brasileiras com o objetivo de contribuir para a mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE), a redução da poluição do ar e  melhoria do transporte público coletivo por ônibus. A organização examinou três grandes aspectos para a viabilização da aplicação de tecnologias veiculares e fontes energéticas alternativas não poluentes: Planejamento da Mobilidade; Política de Clima; e Contratações dos Serviços de Transporte Público por Ônibus. O trabalho possibilitou identificar o estágio de desenvolvimento da discussão, as oportunidades e os desafios para a renovação das frotas com o uso de tecnologias mais limpas.

O sumário executivo do levantamento está disponível aqui.

O estudo foi feito sobre as 12 capitais brasileiras mais populosas – Belém, Manaus, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Belo Horizonte, Goiânia, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Salvador – e o município de Campinas, onde a discussão de implantação de ônibus públicos não poluentes está avançando. Segundo os documentos analisados, a introdução de ônibus com tecnologias alternativas ao diesel no transporte público não é um tema assimilado pelas cidades, de maneira geral.

Apenas São Paulo, Campinas e Belo Horizonte têm ações concretas no sentido da implementação de outras tecnologias. A cidade de São Paulo, por exemplo, conta com exigência legal e contratual para eliminar as emissões, Campinas inseriu a eletrificação de parte da frota de ônibus no edital de licitação e Belo Horizonte elaborou a proposta de um projeto piloto de testes com ônibus elétricos.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) também realizaram estudos sobre as licitações de ônibus nas 12 capitais. Junto com o IEMA, as organizações divulgaram problemas levantados e realizaram um webinar aberto ao público para debater as questões.

Transporte regional de cargas sustentável

Artigo publicado no Nexo, escrito pela equipe do IEMA, aborda a importância da análise de alternativas no planejamento da infraestrutura. O debate antecipado no planejamento da infraestrutura é necessário para evitar efeitos irreversíveis, erros ou injustiças socioambientais. A recuperação sustentável no pós-pandemia exige um debate sobre alternativas de investimentos no nível da formulação de políticas e da elaboração de planos.

Mobilidade urbana de baixas emissões

O Laboratório de Mobilidade Sustentável (LABMOB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com o IEMA, lançou em julho a plataforma online Micromobilidade Brasil e um relatório que analisam a situação dos sistemas de micromobilidade compartilhada no Brasil. O site tem como objetivo promover e monitorar esses sistemas.

A plataforma mapeou ao todo 53 sistemas públicos de micromobilidade compartilhada no Brasil, distribuídos em 26 cidades. Metade desses sistemas (21 no total) se encontra na região Sudeste do país, o estado de São Paulo concentra 28%. Em seguida, oito dos sistemas ficam no Sul, sete no Nordeste, seis no Centro-Oeste e apenas dois sistemas no Norte.

Matriz elétrica limpa e inclusiva

Diante do fato de que é a sociedade quem pagará pelo auxílio bilionário do governo ao setor elétrico brasileiro, nove organizações lançaram um manifesto exigindo que esse valor seja acompanhado de contrapartidas socioambientais. Entre as principais recomendações estão transparência, eficiência e justiça socioambiental. 

Ar limpo

Representando a Coalizão RespirAR, um conjunto de organizações em busca de um ar menos poluído, O IEMA participou do Webinar: As encruzilhadas da mobilidade na pandemia. O encontro está disponível no perfil do YouTube da Nossa BH. Entre as questões, foi debatida a atualização tecnológica dos ônibus que ajuda a diminuir as emissões.

A saber

Sexta-feira (dia 28), acontecerá online o 5º Seminário Anual do MapBiomas, com lançamento da Coleção 5 de mapas anuais de uso e cobertura do solo no Brasil com melhorias e inclusão do ano de 2019. O IEMA colaborou com as mais atualizadas informações sobre infraestrutura no país.

Cinquenta organizações da sociedade civil divulgaram Carta Aberta ao BNDES para cobrar da instituição retomada da aplicação de mais de R$ 2 bilhões parados no Fundo Amazônia, no Fundo Clima e no Fundo Social. Também pedem novas medidas para bloquear financiamento a áreas com desmatamento ilegal e maior rigor no empréstimo a projetos que causam impacto social e ambiental. A carta foi apresentada durante evento da Frente Parlamentar Ambientalista.

O projeto “Pira no Clima”, organizado pelo Imaflora em parceria com setores de Piracicaba (SP), convidou a equipe do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima para debater no grupo de trabalho GT Mitigação às Mudanças Climáticas de Piracicaba. O projeto tem como objetivo a construção de um Plano Municipal de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas em Piracicaba, considerando as questões de gênero relacionadas e elaborado de forma participativa e democrática. O IEMA participou da reunião abordando as emissões da indústria e do setor de energia do município.

Recomendamos

Os dados de qualidade do ar da Prefeitura do Rio de Janeiro atualizados estão disponíveis para download no portal de informações abertas Data.Rio. O endereço fornece: localização das estações fixas, localização das campanhas da estação móvel, dados horários das estações fixas e dados horários das campanhas da estação móvel.

A Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE) promoverá o XII Congresso Brasileiro de Planejamento Energético, edição online de 9 a 11 de setembro com o tema: “Segurança e Sustentabilidade no Futuro Energético”. André Luis Ferreira, diretor-presidente do IEMA, fará parte da mesa “Infraestrutura Urbana e Transição Energética: como conciliar?”.

IEMA na mídia

Pandemia. Quando opta-se por transporte individual para evitar a contaminação pelo coronavírus, mais carros nas ruas do país aumentam a emissão de poluentes do ar. Estes, por sua vez, podem prejudicar a saúde dos moradores dessas cidades, pois geram problemas respiratórios complicadores para quem contrai a Covid-19.

Esse é o problema relatado na matéria publicada no portal Terra: “Se o fim da quarentena resultar em mais carros nas ruas, poluição elevará mortes por COVID-19”.

A revista Galileu também aborda a questão dos poluentes mostrando os dados do artigo feito por David Tsai, do IEMA, sobre como estava a poluição do ar no início do isolamento social. Por exemplo, os níveis de material particulado continuaram relativamente altos.  

Proconve. Enquanto o coronavírus segue sem controle no Brasil, representantes das indústrias do setor automotivo estão negociando com o governo o adiamento da adoção de limites mais rígidos de emissão de poluentes veiculares, usando como justificativa a pandemia. Mais detalhes na coluna da arquiteta e urbanista Kelly Fernandes, no UOL.

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Foto da abertura: Marcelo Moreira no Pexels