Pré-Leilão Emergencial: Termelétricas fósseis representam 90% do total da capacidade ofertada

Veja o perfil dos projetos cadastrados e possíveis impactos socioambientais

Um Leilão Emergencial será realizado na segunda-feira (dia 25 de outubro) para contratar mais usinas geradoras de eletricidade como forma de enfrentar a crise hídrica e endereçar o risco de racionamento. A energia elétrica contratada deverá abastecer o sistema no período entre 1° de maio de 2022 e 31 de dezembro de 2025, ou seja, cobrirá um eventual déficit de energia nos submercados Sul e Sudeste/ Centro-Oeste até a entrada de usinas contratadas no leilão de energia nova A-5. Projetos vencedores poderão antecipar a operação dos empreendimentos se os sistemas de transmissão e distribuição de eletricidade estiverem disponíveis.

Participam do leilão projetos das fontes eólica, solar fotovoltaica e termelétricas a biomassa, gás natural, óleo combustível e diesel, divididos em produtos I (energia renovável) e produtos II (energia fóssil). Estão cadastrados 972 projetos em um total de 62 GW de potência. Termelétricas a partir de combustíveis fósseis representam 90% do total da capacidade ofertada e 87% do número de projetos, com destaque para o gás natural que responde por dois terços da potência total cadastrada. No total, 58% dos projetos estão situados na região Sudeste, com ênfase para termelétricas a gás.

A perspectiva aponta para uma chance maior de contratação de termelétricas, o que causaria aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no setor elétrico, da emissão de poluentes do ar e da pressão por recursos hídricos. Isso porque a queima de combustíveis em termelétricas, especialmente aqueles de fontes fósseis, emite GEE, além de poluentes como os óxidos de nitrogênio (NOx) que pioram a qualidade do ar e resultam em problemas de saúde à população local. Além disso, dependendo da tecnologia utilizada, essas usinas demandam quantidades importantes de água em seus sistemas de resfriamento, o que pode provocar estresse hídrico nas bacias em que captam água. Dessa maneira, toda expansão de usinas térmicas deve levar em consideração tais impactos socioambientais, sobretudo quando são cumulativos em um mesmo território.

Referências: