Olá, você está recebendo o boletim do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).
Está no ar o Relatório Anual 2021 do IEMA com um resumo das principais atividades realizadas no ano passado e seus impactos. Esta edição também traz uma breve retrospectiva dos 15 anos completos da organização. Leia na íntegra!
De volta para 2022, nestes últimos meses a organização publicou a segunda nota técnica elaborada com base em dados da Plataforma da Qualidade do Ar: “Qualidade do ar no município de São Paulo”. Segundo o documento, a poluição do ar na capital paulista permaneceu acima do indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – diretrizes de qualidade do ar – ao longo dos últimos 22 anos.
Ao contrário do que muitos imaginavam, mesmo nos anos pandêmicos (2020 e 2021), as concentrações dos poluentes atmosféricos material particulado (MP2,5 e 10), ozônio (O3) e dióxido de nitrogênio (NO2) estiveram aquém do que a OMS considera seguro para a saúde. Em alguns pontos da cidade, as concentrações foram quatro vezes maiores que o preconizado. Tais problemas de qualidade do ar se mantiveram no ano passado e nenhuma estação de monitoramento da qualidade do ar da cidade atendeu às recomendações estabelecidas pela OMS com relação aos três poluentes.
A nota repercutiu na mídia – alguns exemplos são Rádio CBN, TV Globo (SP1), TV Globo (SP2), Folha de S.Paulo, Rádio Eldorado – e entre os atores da área. Após sua publicação, o IEMA participou de audiência pública na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo (Alesp) para debater o Projeto de Lei 568/2020, que fixa prazo para atingir os níveis de concentração de poluentes recomendados pela OMS em 2005.
Para a ocasião, a equipe analisou brevemente os dados da poluição do ar em todo o estado de São Paulo, concluindo que nenhum município onde há monitoramento atenderia, hoje, aos atuais limites recomendado pela OMS em 2021 para todos os poluentes. Os municípios Cordeirópolis, Cubatão e Santa Gertrudes apresentaram os piores indicadores de qualidade do ar.
Vale ressaltar que todos esses dados disponíveis na Plataforma da Qualidade do Ar são as fontes de informações da base de dados de qualidade do ar da Organização Mundial da Saúde (OMS). No total, a base de dados disponibiliza 478 registros brasileiros fornecidos pelo IEMA, indicando as concentrações de poluentes em 82 localidades (cidades ou regiões metropolitanas) entre 2010 e 2019.
Todo esse esforço faz parte da busca por um monitoramento mais abrangente da poluição do ar no Brasil. Infelizmente, apenas dez estados mais o Distrito Federal o fazem. Na Região Norte, atingida por queimadas, sequer sabe-se de maneira oficial pelo governo o quanto se respira de poluentes.
Matriz elétrica limpa e inclusiva
O IEMA tem secretariado encontros periódicos de organizações brasileiras e internacionais para debater a expansão do uso de gás natural no país. Pela primeira vez publicamente, questionaram a sessão pública do 3º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC), licitação para concessão de contratos de 379 blocos de exploração ou reabilitação e produção de petróleo e gás natural.
Em artigo publicado no portal Poder 360, que contou com a colaboração da equipe do IEMA, especialistas ressaltam que o leilão de áreas para exploração e produção de petróleo é incoerente com indicações do IPCC para controle do clima.
Ainda sobre impactos ambientais da geração elétrica brasileira, o IEMA participou de audiência pública no Rio de Janeiro abordando as implicações de novas termelétricas em Macaé (RJ). Além de mais gases de efeito estufa (GEE), deve haver mais emissão de poluentes do ar e estresse hídrico.
A questão da água é sensível. Na live “Vampiros Hídricos – como a água sofre ameaças com o uso de combustíveis fósseis”, promovida pelo Instituto Arayara no Dia Mundial da Água, o IEMA ressaltou que o emprego dela para resfriar usinas termelétricas pode reduzir o recurso destinado para usos diretos pela população.
Gosta de podcast? Periodicamente, a Rede Energia e Comunidades, que atua em prol do desenvolvimento regional sustentável da Amazônia e da qual o IEMA participa, dissemina em parceria com a Rede de Notícias da Amazônia um programa de rádio quinzenal e também em podcast abordando questões sociais, ambientais e técnicas relativas ao acesso à energia elétrica. Ouça!
No evento Absolar Meeting Norte, o IEMA colaborou remotamente apresentando informações sobre o emprego de energia renovável na região amazônica. Há o desafio de levar energia elétrica para quase um milhão de pessoas que vivem no local e ainda seguem sem acesso ao recurso. O armazenamento e a reutilização das baterias têm sido discutidos.
Mobilidade urbana de baixas emissões
Em evento on-line internacional promovido pela Fundação Rosa Luxemburgo de Bruxelas, o IEMA discute a transição pela qual a indústria brasileira deveria passar para contribuir com uma mobilidade inclusiva e de baixas emissões conservando, criando e aprimorando empregos.
Na última reunião do Comitê Gestor do Programa de Acompanhamento da Substituição de Frotas por Alternativas Mais Limpas (COMFROTA) de São Paulo, a equipe da SPTrans apresentou as emissões verificadas dos ônibus públicos da cidade no ano de 2021. Para chegar a esses resultados a partir de seus dados de operação, SPTrans e empresas concessionárias utilizaram a ReFrota. Esta ferramenta foi desenvolvida pelo IEMA para acompanhamento das metas de redução de emissões de CO2, MP e NOx por ônibus paulistanos, conforme previsto na Política de Mudança do Clima da capital paulista.
A saber
Chega de confusão. Qual a diferença entre gases de efeito estufa e poluentes atmosféricos? O IEMA ajuda respondendo a questão.
O Observatório do Clima (OC), que reúne 73 ONGs, coordenou a elaboração do Brasil 2045, um conjunto de propostas – das quais o IEMA participou – para desfazer retrocessos e elaborar políticas públicas de maior proteção socioambiental. Veja o lançamento em Brasília. O documento foi entregue aos principais pré-candidatos ao Planalto, com exceção do atual presidente.
Coordenadas pelo Observatório do Clima, um grupo de organizações da qual o IEMA faz parte divulgou os dados mais atualizados do SEEG Municípios, que calcula as emissões de GEE de cada cidade. O setor de energia, em especial devido aos transportes, se destaca como maior fonte de emissão nas grandes cidades, principalmente as capitais.
São Paulo lidera as emissões do setor de energia, com 11,9 MtCO2e, seguido por Manaus (7,5 MtCO2e) – neste caso devido à geração de energia elétrica – e Rio de Janeiro (5,6 MtCO2e). Florianópolis é a capital do carro: apresenta a maior taxa por habitante de emissões derivadas do transporte rodoviário individual.
Na mídia
Diálogo Chino.Plano para impulsionar ferrovias pressiona Amazônia brasileira. Governo Bolsonaro celebra contratos para o Arco Norte, corredor viário que cruza áreas vulneráveis do bioma. Ferrogrão é a mais polêmica.
Globo/Canal Futura. Energias renováveis. Cenário das energias renováveis no Brasil. O que as energias representam em termos de renda e emprego? Com: Ricardo Baitelo, IEMA; Roberto Medeiros, Gerente de Inovação e Tecnologia do SENAI.
EPBr.Energia é principal fonte de emissão de capitais brasileiras. São Paulo, Manaus e Rio de Janeiro lideram o ranking de emissões na categoria energia.
TV Cultura/ Jornal da Tarde.Oito dos dez municípios que mais emitem gases de efeito estufa estão na Amazônia. A pesquisa do Instituto do Clima constatou que a emissão elevada desses gases acontece por conta do desmatamento na região.
Unibes Cultural/Talks Culturais.Poluição do ar: Causas e Consequências. No Diálogos Envolverde teremos a live “Poluição do ar: causas e consequências” com o engenheiro químico David Tsai, gerente de projetos do IEMA.
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